18 de fev. de 2011

Professores, pais e alunos

“Entrar realmente no mundo do outro, com aceitação, cria um tipo de vínculo muito especial que não se compara a nenhuma outra coisa que eu conheça.”


Carl Rogers



E mais um ano letivo se inicia...As férias passaram tão rápido!
Começar tudo d novo...

Quando o professor volta às aulas, é inevitável que deixe de ter tais pensamentos, mas também os alunos os têm. Assim é: somos todos únicos e, ao mesmo tempo, somos todos semelhantes.

Este artigo é destinado a você, mestre, que retorna ao paroxidal mundo da sala-de-aula. Compreendendo suas dúvidas, suas esperanças e, principalmente, seu cansaço perante as dificuldades que o ensinar origina nos dias atuais.

A mensagem é que você escolha seus sentimentos neste retorno, não “brigue” com eles, mas também não se deixe continuar pelo que desanima e enfraquece.

A mensagem é praticar um comportamento de acolhimento neste momento. “Como seria isto?”, talvez você se pergunte.

Acolher, em educação, é antes de tudo estar presente, é tentar entrar no mundo destes alunos que chegam, tentar entendê-los e leva-los a perceber que assim estamos em relação a eles. É algo parecido com navegar nas corredeiras de um rio, onde é necessário estar o tempo todo fluindo junto e respondendo a cada momento às mudanças que acontecem.

Para acolher, entretanto, o professor vai precisar entrar na sala-de-aula meio que “despido” de preconceitos e se deixando contaminar por experiências negativas anteriores. É claro que nunca se consegue suspender completamente as próprias perspectivas e marcas de acontecimentos passados, mas é importante que estas visões e preconceitos sejam temporariamente colocados “entre parênteses” como diz Richard Hyerner, e seu livro “ De Pessoa a Pessoa”.

Acolhimento envolve um sentimento de admiração perante ao outro, se eu acreditar que, por um ano, no mínimo, farei parte da construção da história de vida daquela pessoa, daquela turma, daquele aluno.

Acolhimento em educação é baseado em um olhar e em uma escuta baseados no interesse por aquele a que vamos ensinar e em suas necessidades, é querer estabelecer um vínculo, uma relação sadia, por menor que seja.

Entretanto, é importante, antes de acolhermos o outro, que façamos um mergulho em nós mesmos, a fim de percebemos a origem comum que nos une a todos, e, em especial, a nossos alunos, que como nós, têm dúvidas, desânimos, beleza interior e interesse pelo prazer de viver.

Por Elisabeth Salgado

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